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Justiça Federal diz que dono do Banco Master é chefe de organização criminosa contra sistema financeiro

Justiça diz que dono do Master é chefe de organização criminosa contra sistema financeiro A Justiça Federal manteve a prisão de Daniel Vorcaro. A PF inves...

Justiça Federal diz que dono do Banco Master é chefe de organização criminosa contra sistema financeiro
Justiça Federal diz que dono do Banco Master é chefe de organização criminosa contra sistema financeiro (Foto: Reprodução)

Justiça diz que dono do Master é chefe de organização criminosa contra sistema financeiro A Justiça Federal manteve a prisão de Daniel Vorcaro. A PF investiga o dono do Banco Master pela suspeita de comandar um esquema de fraude bilionário. A defesa pediu a liberdade de Daniel Vorcaro ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que equivale a 2ª instância, sob a alegação de que o suposto risco de continuidade dos crimes deixou de existir com a decisão do Banco Central de encerrar as atividades do Master. Mas a desembargadora Solange Salgado da Silva manteve a prisão preventiva do, agora, ex-banqueiro. Na decisão, afirmou que "a desarticulação da organização criminosa perpassa necessariamente pelo isolamento de Vorcaro, com posição de liderança na organização criminosa” e que "a gravidade dos crimes, a estrutura da organização criminosa e o risco à ordem pública e à ordem econômica indicam que medidas como monitoramento eletrônico, recolhimento domiciliar ou proibições diversas não seriam eficazes”. A Polícia Federal prendeu o executivo na segunda-feira (17), quando ele embarcava para a Europa em um avião particular. Segundo a investigação da Polícia Federal, o Banco Master simulou a compra de ativos que não existem e, na sequência, vendeu esses créditos para o Banco de Brasília. O BRB pagou R$ 12,2 bilhões pelo negócio - sem documentação. Segundo a PF, os diretores do BRB agiram em conluio com o Vorcaro para “socorrer” o caixa do Banco Master. Desde 2023, o Banco Central e o mercado financeiro já apontavam os riscos das operações do Banco Master. Ainda assim, além do BRB, outras instituições públicas negociaram com Daniel Vorcaro. A Polícia Federal vai investigar se a cúpula do Master se beneficiou da rede de relacionamentos com políticos em Brasília para fechar seus negócios. De abril a junho de 2024, o Master conseguiu vender R$ 40 milhões em letras financeiras do banco para o Basa, Banco da Amazônia. No início do ano passado, a Caixa Econômica Federal também esteve perto de comprar R$ 500 milhões desses mesmos títulos que o Master colocou no mercado para captar recursos. A compra foi interrompida porque funcionários da gestão de investimentos da Caixa assinaram uma nota técnica alertando que o negócio era atípico muito arriscado. O caso foi parar no Tribunal de Contas da União, que, no mês passado, decidiu multar o ex-diretor da Caixa, Igor Laino. Segundo o TCU, Laino tentou fechar o negócio com o Master mesmo com pareceres contrários. Segundo o TCU, Laino tentou fechar o negócio com o Master mesmo com pareceres contrários. Jornal Nacional Nos últimos oito meses, deputados apresentaram pedidos de informações para apurar possíveis irregularidades nos negócios suspeitos do Banco Master com o BRB e fundos de pensão. Só na quarta-feira (19), os pedidos começaram a tramitar dentro da Câmara. Foi quando o vice-presidente da Casa, deputado Altineu Cortes, do PL, responsável por dar seguimento aos pedidos, autorizou a tramitação. Nesta quinta-feira (20), a PF divulgou as apreensões da Operação Compliance Zero, que já somam R$ 230 milhões. O jatinho de Daniel Vorcaro está avaliado em R$ 200 milhões. Obras de arte, veículos, relógios, joias e R$ 2 milhões em dinheiro vivo completam o valor. Ao fim das investigações, esses e outros bens dos envolvidos na denúncia podem ser usados para cobrir as fraudes, que somam mais de R$ 12 bilhões. A defesa de Daniel Vorcaro declarou que recebeu a decisão de manutenção da prisão preventiva com respeito, ainda que acredite inexistirem motivos para isso. E que vai buscar dentro do devido processo legal a soltura do cliente. O deputado Altineu Cortes disse que até setembro foram apresentados mais de 4 mil pedidos de informação, que demandam análise técnica minuciosa. Ele disse ainda que os requerimentos sobre o Banco Master exigiram um tempo maior, em razão da complexidade do tema. A defesa de Igor Macedo Laino afirmou que ele não cometeu irregularidades. E que o Comitê da Caixa também discutiu a proposta do Master. A Caixa Econômica Federal não quis se manifestar. LEIA TAMBÉM PF investiga investimento bilionário que fundos de previdência de estados e municípios fizeram, sem garantias, no Banco Master Conselho Monetário Nacional já havia tomado medidas para coibir modelo de negócios do Banco Master 18 fundos de pensão de estados e municípios têm R$ 1,86 bilhão aplicados no Banco Master