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Neurologista forjou consulta médica para ter álibi no caso do assassinato de farmacêutica em MG

Médica é presa em Itumbiara suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia A médica Claudia Soares Alves, suspeita de arquitetar o assassinato da farm...

Neurologista forjou consulta médica para ter álibi no caso do assassinato de farmacêutica em MG
Neurologista forjou consulta médica para ter álibi no caso do assassinato de farmacêutica em MG (Foto: Reprodução)

Médica é presa em Itumbiara suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia A médica Claudia Soares Alves, suspeita de arquitetar o assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, tentou despistar a polícia com um falso álibi. Ela alegou estar em consulta médica no exato horário do crime. A investigação, no entanto, desmontou a versão e revelou que a suposta consulta jamais existiu. A vítima, de 38 anos, foi morta a tiros na manhã de 7 de novembro de 2020, quando chegava para trabalhar em uma farmácia no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia. Câmeras de segurança registraram o momento em que o criminoso se aproximou e fez pelo menos cinco disparos no tórax, pescoço, ombros e nádegas. Veja o vídeo acima. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Eduardo Leal, a investigada morava em Itumbiara (GO) e, na data do crime, percorreu cerca de 130 km até Uberlândia, com o único propósito de organizar a execução da vítima. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no WhatsApp "Ela solicitou o auxílio de seu vizinho, um vizinho de muro. Na data do homicídio, eles vieram a Uberlândia e, quando interrogados, confirmaram que tiveram em Uberlândia, que saíram 5h de Itumbiara. O homicídio foi próximo das 7h e retornaram pra Itumbiara às 9h, ou seja, exatamente no mesmo horário. Ela criou um falso álibi de que teria vindo em uma consulta médica às 7h e nós verificamos que esse álibi era falso", esclareceu Leal. Médica idealizava uma 'família perfeita' De acordo com a Polícia Civil, a suspeita havia sido casada anteriormente com o ex-marido de Renata, sendo o relacionamento breve e conturbado. A relação terminou em dois meses depois que o ex-marido percebeu o comportamento de Claudia em relação à filha dele com a ex-mulher. Além disso, Renata, ao perceber que a médica parecia uma pessoa perigosa e emocionalmente instável, proibiu a filha de manter contato com o pai sempre que ele estivesse na companhia da esposa. A neurologista não estava mais casada com o pai da criança quando o crime, motivado pela obsessão de Claudia em ser mãe de uma menina, ocorreu. Eduardo Leal comentou que a médica era a única pessoa com algum motivo para cometer o assassinato da farmacêutica, já que ela idealizava uma família perfeita e era obcecada por ser mãe de uma menina. "Ficou evidente que ninguém mais teria motivo pra ceifar a vida da vítima. Ela era a única pessoa que teria algum motivo, na verdade, fútil, banal e desequilibrado. Era uma família perfeita que ela tanto idealizava, que ela estava prestes a conseguir e ela viu indo por água abaixo com a vítima proibindo o contato da menina com ela e o marido vindo a se separar", concluiu o delegado. Claudia já é acusada de falsidade ideológica e tráfico de pessoas após sequestrar uma recém-nascida de uma maternidade em Uberlândia. Ela também é investigada por adoções fraudulentas com documentos falsos, além da tentativa de comprar um bebê no estado da Bahia. Ela foi presa em casa, no interior de Goiás, e transferida para Uberlândia, onde permanece detida preventivamente junto aos outros dois suspeitos de participação no crime, que seriam vizinhos dela. O nome dos dois não foi divulgado pelas autoridades. Entenda o caso Quem é a médica A prisão e as novas acusações O assassinato da farmacêutica A relação da médica com a vítima O que falta esclarecer Quem é a médica Claudia Soares Alves é neurologista e ex-professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Em 2024, ela foi presa após sequestrar um recém-nascido dentro de uma maternidade da cidade. Na época, a médica usou documentos falsos para tentar registrar a bebê como filha. Desde março deste ano, respondia aos processos em liberdade e havia sido demitida da UFU. Segundo a Polícia Civil, Claudia sempre demonstrou comportamentos obsessivos e apresentava desejo compulsivo de ser mãe de uma menina, embora já tivesse um filho. Durante coletiva de imprensa em Uberlândia, o delegado Eduardo Leal informou que a médica realizou tratamentos para engravidar, mas não conseguiu. E, após as tentativas frustradas, teria recorrido a adoções irregulares com documentos falsos e até oferecido dinheiro para comprar uma recém-nascida na Bahia. A prisão e as novas acusações Médica Claudia Soares Alves, presa por sequestrar bebê, foi presa novamente em Goiás Polícia Civil/Divulgação A médica foi presa em Itumbiara durante uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais, em parceria com a Polícia Civil de Goiás. De acordo com o delegado Eduardo Leal, Claudia teria planejado o assassinato de Renata para ficar com a filha da vítima. Ainda conforme o delegado, na casa da investigada, a Polícia Civil encontrou um quarto pintado de rosa, com várias roupas de criança pequena, um berço e uma bebê reborn dentro. "Ela é capaz de tudo para conseguir o seu intento, que seria o de ser mãe de uma criança, de uma menina. Inclusive nessa data, no cumprimento da busca, nós verificamos que ela, na casa dela, possui um quarto todo pintado de rosa, com diversas coisas rosas de uma criança, com berço e como se estivesse dormindo nesse berço. Realmente você vê que é uma pessoa totalmente desequilibrada", disse Leal. Quarto rosa com bebê reborn na casa de médica presa em Itumbiara, suspeita de mandar matar farmacêutica de Uberlândia Polícia Civil/Divulgação O delegado regional da Polícia Civil, Gustavo Anai, destacou que a operação é resultado do trabalho iniciado ainda em 2020, quando surgiram denúncias ligando a médica a outros crimes após o sequestro na maternidade da cidade. O assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, de 38 anos, foi morta a tiros na manhã de 7 de novembro de 2020, quando chegava para trabalhar em uma farmácia no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia. Câmeras de segurança registraram o momento em que o criminoso se aproximou e fez pelo menos cinco disparos no tórax, pescoço, ombros e nádegas. Uma testemunha contou que Renata tentou se defender e pediu para não ser morta, mas o homem continuou atirando. Uma câmera de segurança mostrou o assassino abordando Renata (veja abaixo). Antes de fugir, o autor deixou uma sacola com objetos e uma carta com ofensas à vítima. Na época, a Polícia Civil não descartou crime passional e ouviu pessoas próximas, incluindo o ex-marido. Renata deixou a filha de 9 anos. Além da médica, foram presos temporariamente outros dois suspeitos de participação no assassinato. Eles são pai e filho e seriam vizinhos de Claudia. Os três foram transferidos para Uberlândia. As investigações seguem para apurar a participação dos dois suspeitos no crime. A Polícia Civil também vai avaliar a necessidade de prorrogar as prisões temporárias ou convertê-las diretamente em preventivas, com o devido indiciamento dos envolvidos. A relação da médica com a vítima As investigações apontam que Claudia se casou com o ex-marido de Renata, mas o relacionamento durou apenas dois meses. O homem decidiu se separar ao perceber que a médica apresentava comportamentos obsessivos e demonstrava interesse em assumir a maternidade da filha dele com Renata. Renata, ao perceber que a médica parecia uma pessoa perigosa e emocionalmente instável, proibiu a filha de manter contato com o pai sempre que ele estivesse na companhia da esposa. Após a separação, Claudia teria planejado o homicídio da farmacêutica para retomar o relacionamento e ficar com a menina. O que falta esclarecer A Polícia Civil ainda apura se houve pagamento aos executores e se outros crimes cometidos por Claudia estão relacionados ao homicídio. O caso segue sob investigação. LEIA TAMBÉM: Após 1 anos e dois meses, médica que raptou recém-nascida no hospital é demitida da UFU 'Enganou os guardas, todo mundo', diz pai da bebê recém levada por Claudia Mulher sequestra bebê e criança é encontrada quase 850 km de onde nasceu Vídeo mostra criminoso abordando funcionária de farmácia antes de homicídio em Uberlândia Claudia Soares Alves, de 42 anos, é a médica suspeita de raptar um bebê em Uberlândia, Minas Gerais,foi presa em Goiás Reprodução/Redes Sociais Médica Claudia Alves está presa em Uberlândia TV Integração/Reprodução Médica Claudia Alves presa em Uberlândia TV Integração/Reprodução VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas