Família de jovem com esquizofrenia morto pela PM durante surto acusa agentes de despreparo
Nícolas Andrade Campos, de 27 anos, morreu após ser baleado pela PM em Santos (SP) Reprodução e Vinícius Farias/TV Tribuna A família de Nícolas Andrade C...

Nícolas Andrade Campos, de 27 anos, morreu após ser baleado pela PM em Santos (SP) Reprodução e Vinícius Farias/TV Tribuna A família de Nícolas Andrade Campos, o homem de 27 anos morto por policiais militares após entrar em surto dentro do próprio apartamento em Santos, no litoral de São Paulo, afirma que a corporação estava despreparada para lidar com a situação. Conforme apurado pelo g1, o jovem havia sido diagnosticado com esquizofrenia e não havia tomado a medicação. O caso aconteceu na noite de quarta-feira (17), em um prédio na Avenida Dino Bueno, no bairro Ponta da Praia. A Polícia Militar informou que o homem teria ameaçado o padrasto com uma faca, e uma criança estava trancada em um dos cômodos do imóvel. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o pai da vítima, Aldeir Araújo Campos, contou que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) porque o filho estava descontrolado e precisava tomar a medicação. Ainda segundo o homem, a equipe médica chamou a polícia. Aldeir contou que chegou a avisar os policiais que Nícolas estava em surto e os agentes usaram armas não letais para controlá-lo, mas sem sucesso. O pai afirmou que, em seguida, escutou disparos de arma de fogo. “Pensei que ia atirar na perna dele, alguma coisa, não para matar, mas mataram", lamentou o pai. A mãe da vítima, Maria Edizia de Andrade, acrescentou que o filho tinha sido diagnosticado com esquizofrenia aos 18 anos e era calmo quando estava medicado, mas ultimamente não estava tomando a medicação. Para a mulher, a polícia não agiu corretamente. “Agiram despreparados nessa situação”, afirmou Maria. Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que as polícias Civil e Militar investigam todas as circunstâncias da morte. A pasta não respondeu os questionamentos do g1 sobre as partes do corpo em que Nícolas foi atingido. Relembre o caso Homem em surto é morto pela Polícia Militar em apartamento em Santos Em depoimento à Polícia Civil, uma policial militar contou que estava em patrulhamento, quando foi acionada para uma ocorrência de pessoa em surto. No local, encontrou uma viatura do Samu do lado de fora do prédio com o padrasto da vítima, que disse ter sido ameaçado com uma faca. Ainda segundo o relato da policial, a equipe da PM tentou contato com Nícolas, mas ele pediu para que os policiais não entrassem no apartamento. No entanto, os agentes resolveram entrar após avistarem uma criança, que estava trancada em um cômodo no imóvel. Segundo a versão policial, dentro do imóvel, a equipe encontrou Nícolas, que não obedeceu à ordem de parada. Os agentes efetuaram dois disparos de taser (arma de choque) para imobilizar o homem, mas não conseguiram. Caso ocorreu em um prédio na Avenida Dino Bueno, no bairro Ponta da Praia, em Santos Vinícius Farias/TV Tribuna Os policiais alegaram que Nícolas jogou um cesto de roupas e um objeto de vidro contra a equipe, que efetuou dois disparos de arma de fogo. Apesar disso, o homem ainda conseguiu fechar a porta e a equipe policial aguardou a chegada do escudo balístico para ingressar novamente no imóvel. Dentro do apartamento, os agentes encontraram e resgataram a criança. Já Nícolas foi localizado em um dos cômodos. Por meio de nota, o Samu informou que a morte foi constatada no local. De acordo com a SSP-SP, a perícia foi acionada e o caso foi registrado como resistência e morte decorrente de intervenção policial na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. A ocorrência também é apurada por meio de Inquérito Policial Militar. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos