Alta no uso de drogas nos EUA motivou envio de tropas para a América Latina; saiba quais são as mais consumidas
Trump ordena que militares americanos atuem, inclusive em outros paÃses, no combate aos cartéis de droga Nesta semana, enquanto Donald Trump mantinha negociaÃ...

Trump ordena que militares americanos atuem, inclusive em outros paÃses, no combate aos cartéis de droga Nesta semana, enquanto Donald Trump mantinha negociações pelo fim da guerra na Ucrânia, o governo dos Estados Unidos lidavam com um conflito próprio, contra cartéis de drogas na América Latina. As Forças Armadas norte-americanas começaram a enviar tropas para a América Latina para enfrentar grupos criminosos na região com o argumento de combater a fonte de uma das principais crises internas dos EUA: o consumo de drogas. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da agência da ONU para drogas e crimes, o uso de entorpecentes cresceu ligeiramente nos EUA nos últimos anos. A subida foi capitaneada pela "epidemia" de fentanil, opioide que tomou grandes cidades como Los Angeles e matou mais de 70 mil pessoas por overdose só em 2023. Embora as substâncias quÃmicas que compõem o fentanil venham da China, é em milhares de laboratórios no México onde a droga é fabricada, antes de ser levada aos EUA pela fronteira com os EUA. A cocaÃna, consumida por cerca de 2% da população total nos EUA, também vem majoritariamente de paÃses como Colômbia, BolÃvia e Peru. Segundo o Relatório Mundial da agência da ONU para drogas e crimes, as drogas mais consumidas nos EUA são: Cannabis, cujo consumo e porte, dependendo do estado norte-americano, pode ser liberado ou alvo de punição (veja mapa abaixo); Opioides (como o fentanil); Anfetaminas; CocaÃna; Ecstasy. O cenário fez o governo Trump a adotar uma postura e discurso agressivos desde o inÃcio de seu segundo mandato, em janeiro de 2025, principalmente contra cartéis de drogas latino-americanos, considerados os principais fornecedores dessas substâncias aos Estados Unidos. Na semana passada, Washington anunciou o envio de tropas norte-americanas para diferentes regiões da América Latina — o Brasil não está incluÃdo na rota, a princÃpio. Segundo o jornal "The New York Times", Trump ordenou que as tropas americanas mirem grupos no México e na Venezuela, como o Tren de Aragua e o MS-13, e a operação contemplaria ações em solo, por mar e ataques aéreos. Operação contra cartéis EUA enviam navios de guerra para o sul do Caribe Editoria de Arte/g1 Na semana passada, os Estados Unidos começaram a enviar tropas para a América Latina para enfrentar ameaças de cartéis de drogas na região, segundo a agência de notÃcias Reuters. Tropas das forças aéreas e navais foram despachadas pelo Departamento de Defesa americano para o sul do Mar do Caribe. Uma autoridade militar americana disse à Reuters que, no total, cerca de quatro mil marinheiros e fuzileiros navais devem ser mobilizados nos esforços do governo Trump na região sul do Caribe. Essa autoridade, que falou à Reuters sob condição de anonimato, afirmou que o reforço de ativos militares na região mais ampla incluirá vários aviões espiões P-8, navios de guerra e ao menos um submarino de ataque. Segundo a fonte da agência, o processo deverá se estender por vários meses e a previsão é que operem no espaço aéreo e em águas internacionais. Os ativos navais poderão ser usados não apenas para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados, caso seja tomada essa decisão, acrescentou o funcionário. Venezuela Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, lÃder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters O plano de Trump contra drogas também abriu uma nova crise entre Estados Unidos e Venezuela. Como parte da operação, os EUA deslocaram também três navios de guerra para o sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, sob a alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas, segundo agências de notÃcias. Em paralelo, o governo Trump também aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa oferecida por informações que levem à captura de Maduro —os EUA acusam o lÃder venezuelano de liderar cartel de drogas e ser "um dos maiores narcotraficantes do mundo". Como reação, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (19) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos Estados Unidos. "Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milÃcias preparadas, ativadas e armadas", anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar "tarefas" perante "a renovação das ameaças" dos Estados Unidos contra a Venezuela. A MilÃcia Bolivariana é composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais divulgados pelo governo venezuelano. Ela foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, que governou entre 1999 e 2013, e se tornou posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). O grupo atua como um apoio ao Exército na "defesa da nação".