VÍDEO: em audiência, suspeita no caso da morte de ex-delegado nega agressão ao ser presa; ela diz que se feriu ao cair da moto
Mulher presa no caso de morte de ex-delegado fala à Justiça A única mulher entre os cinco suspeitos identificados por envolvimento no caso da morte do ex-del...

Mulher presa no caso de morte de ex-delegado fala à Justiça A única mulher entre os cinco suspeitos identificados por envolvimento no caso da morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes negou ter sido agredida quando foi presa pela polícia, na última quarta-feira (17). Dahesly Oliveira Pires acrescentou que as lesões no rosto dela foram causadas após um acidente de moto, dias antes (saiba mais abaixo). O g1 teve acesso ao vídeo no qual Dahesly disse "não" ao responder à Justiça se "no momento da abordagem policial" ela "sofreu alguma violência" (veja acima). A gravação foi feita na quinta-feira (18) durante sua audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista. Suspeita de buscar fuzil usado na execução do ex-delegado Ruy Ferraz é presa A audiência de custódia ocorre logo após a prisão de alguém, para a Justiça ouvir do suspeito de algum crime dizer se ele teve sua integridade física respeitada pela polícia durante a detenção. "Tudo certo, né?", perguntou a juíza a Dahesly, que respondeu: "Sim". Diante disso, a magistrada manteve a prisão temporária da suspeita por participação no assassinato de Ruy. Ele foi morto com tiros de fuzis por criminosos na segunda (15), em Praia Grande, litoral paulista. Para a polícia, quem matou o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo foi o Primeiro Comando da Capital (PCC) (saiba mais abaixo). Acidente de moto Segundo a polícia, Dahesly Pires (à esquerda) disse que machucou o rosto num acidente de moto antes da prisão. Vídeo mostra a mulher em audiência de custódia (à direita), onde negou ter sido agredida por policiais Reprodução Momentos após ser detida, a foto de Dahesly divulgada à imprensa mostrava um inchaço e uma vermelhidão do lado do rosto e um machucado abaixo do nariz. De acordo com o boletim de ocorrência, ela resistiu à prisão ao tentar fechar a porta, impedindo a entrada dos policiais. Em seguida ocorreu um "entrevero" entre a mulher e os agentes, que impediram que a suspeita jogasse os seus celulares fora. Ainda de acordo com registro policial, Dahesly confessou seu "envolvimento no crime, asseverando que apenas foi até a cidade de Praia Grande para pegar os armamentos que estavam em uma casa". E que depois disso ela levou os fuzis usados no crime para São Paulo. Para entregar as armas a um homem que "teria ido até sua casa e retirado os objetos". Dahesly ainda recebeu um pagamento pelo serviço via PIX, segundo a investigação. De acordo com o boletim de ocorrência, ao ser indagada pelos policiais sobre as "lesões corporais", Dahesly mesma admitiu que foram causadas num "acidente de moto" sofrido em 12 de setembro. O g1 não conseguiu localizar a defesa dela para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. 'Fofão' preso Luiz Henrique Santos Batista (à esq.) foi preso suspeito de envolvimento na morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes (à dir.) Reprodução e Prefeitura de Praia Grande Foi preso nesta sexta (19) um homem suspeito de envolvimento com o crime. Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Luiz Henrique Santos Batista, o "Fofão", que teria dado apoio logístico à quadrilha. Quem é 'Fofão', preso suspeito de participar da logística do assassinato de ex-delegado 3 suspeitos procurados Mais três suspeitos de participação no caso do homicídio de Ruy tiveram as prisões temporárias decretadas. Eles estão foragidos e são procurados pela polícia. São eles: Felipe Avelino da Silva, conhecido no PCC como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime; Flávio Henrique Ferreira de Souza, também teve o DNA encontrado em um dos carros; Luis Antonio Rodrigues de Miranda é procurado por suspeita de ter pago Dahesly buscar as armas usadas na execução. Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar. Da esquerda para a direita: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luis Antonio Rodrigues de Miranda. Divulgação/Polícia Civil SP Polícia investiga 'Azul' Além dos quatro suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas pela Justiça por haver indícios das participações deles no crime, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido "Azul" ou "Colorido", teve algum envolvimento no caso. Fernando é apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital na Baixada Santista. Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte. Ruy tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC. As defesas dos investigados não foram localizadas pelo g1. Fernando Gonçalves dos Santos, o "Azul" ou "Colorido" Reprodução Outra hipótese para o crime A outra hipótese é a de que ele possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande. O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa que não tem dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado. Ele, no entanto, disse na coletiva que a força-tarefa montada para esclarecer o caso que vai apurar também se há participação de agentes de segurança no crime. PM esteve em casa ligada a quadrilha que matou ex-delegado, mas não é suspeito, diz polícia Ao menos seis criminosos encapuzados participaram da execução de Ruy, conforme mostram as imagens das câmeras de segurança que gravaram o assassinato. Os bandidos fugiram em seguida. O DHPP ainda apura quem foi o mandante do crime e tenta identificar quem o matou. Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado LEIA TAMBÉM Derrite diz não descartar ação de policiais e GCMs Polícia investiga se PCC matou ex-delegado por analisar contratos de prefeituras da Baixada Santista com o crime organizado Polícia não descarta envolvimento de líder do PCC solto recentemente Suspeita presa tem no celular foto de fuzil que pode ter sido usado no crime PCC tinha planos para matar ex-delegado, investigadores e promotores desde o início de 2000