Veja as fichas criminais dos suspeitos identificados por participar da execução de ex-delegado
Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado O g1 teve acesso às fichas criminais de cinco das seis pessoas identific...

Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado O g1 teve acesso às fichas criminais de cinco das seis pessoas identificadas por suspeita de participar da execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. Ele foi perseguido e morto a tiros por criminosos após cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo. A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de Rafael Dias Simões, de 43 anos, conhecido como Jaguar, na noite de sexta-feira (19). Ele se entregou e foi preso por volta de 1h deste sábado (20), em São Vicente. A equipe de reportagem busca informações sobre as possíveis passagens criminais dele. Além dele, Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, foram presos na quinta (18) e sexta-feira (19), respectivamente. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Outros três investigados também tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça e estão foragidos. Veja abaixo quem são e quais crimes já cometeram: Na parte de cima, os foragidos Luis Antonio Rodrigues de Miranda, Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza. Na parte de baixo, os presos Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista Divulgação/Polícia Civil Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, de 33 anos, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime. O homem foi citado em um boletim de ocorrência como adolescente infrator em novembro de 2009, quando ele tinha 17 anos. O crime não foi especificado no documento policial. Em junho de 2011, Mascherano foi preso em flagrante por tráfico de drogas, mas acabou sendo absolvido pouco mais de seis meses depois. Em setembro de 2014, ele voltou à prisão pelo mesmo motivo, sendo condenado a cinco anos de reclusão em regime fechado no ano seguinte. Dois anos depois, o homem conseguiu a antecipação da liberdade após cumprir os requisitos legais. No entanto, ele foi preso novamente em fevereiro de 2017 e acabou sendo condenado a seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime fechado pelos seguintes crimes: ➡️Corrupção de menores ➡️Roubo praticado com duas ou mais pessoas ➡️Crime praticado com emprego de arma de fogo A equipe de reportagem apurou que as duas condenações foram extintas pela Justiça em agosto de 2024, após Mascherano terminar de cumpri-las. Por meio de nota, a Secretaria da Administração Penitenciária informou que ele saiu do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Mongaguá em maio de 2023, devido à progressão ao regime aberto, também concedida pela Justiça. Carro à esquerda usado usado na execução do ex-delegado Ruy Fontes permitiu a identificação de dois suspeitos Matheus Croce/TV Tribuna Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido), de 43 anos, é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime. O primeiro registro do homem é uma prisão em flagrante em maio de 2001, mas o crime não foi especificado no registro policial. Ele saiu do sistema prisional em abril de 2003 e voltou a ser detido por tráfico de drogas em dezembro de 2006. O investigado conseguiu a progressão ao regime aberto em abril de 2014, sendo preso novamente por porte ilegal de arma de fogo em julho de 2015. A SAP informou que ele saiu do CPP de Valparaíso em abril de 2018, após uma decisão da Justiça. Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros. O homem não possui passagens criminais no Estado de São Paulo. Dahesly Oliveira Pires (presa), de 25 anos, foi detida por ter suspeita de ter buscado o fuzil usado no crime na Baixada Santista. A mulher foi presa em flagrante por tráfico de drogas em junho de 2023. A Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público e Dahesly respondia ao processo em liberdade até ser presa por envolvimento na morte do ex-delegado. Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, de 38 anos, foi preso na sexta-feira (19) em São Vicente (SP), por ser suspeito de participar da logística da execução de Ruy Ferraz Fontes. O preso não possuía registro criminal no Estado de São Paulo até ser detido por envolvimento na morte do ex-delegado. Suspeito de participar da logística da morte do ex-delegado, é preso no litoral de SP Leia também Corregedoria faz buscas após encontrar digitais de PM e irmão dele em casa usada por grupo que matou ex-delegado Imóvel de onde saiu fuzil usado no crime é periciado em Praia Grande Deputado cria projeto para proteger agentes de segurança ameaçados em SP após execução de Ruy Ferraz Fontes Crime O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande como secretário de Administração. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Outras câmeras flagraram o momento em que três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete que estava logo atrás do carro de Ruy Ferraz e atiram contra o ex-delegado (veja abaixo). Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado Arte/g1 Quem era Ruy Ferraz Fontes Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos