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Mototaxista denunciou policiais militares por abuso de poder dias antes de ser encontrado morto ao lado de moto

Policiais militares são afastados após morte de mototaxista no interior do Tocantins O mototaxista Jefferson Lima Borges, de 25 anos, foi morto dois meses ap...

Mototaxista denunciou policiais militares por abuso de poder dias antes de ser encontrado morto ao lado de moto
Mototaxista denunciou policiais militares por abuso de poder dias antes de ser encontrado morto ao lado de moto (Foto: Reprodução)

Policiais militares são afastados após morte de mototaxista no interior do Tocantins O mototaxista Jefferson Lima Borges, de 25 anos, foi morto dois meses após denunciar um suposto abuso de poder de policiais militares ao Ministério Público do Tocantins (MPTO). O corpo do jovem foi localizado em setembro de 2025, às margens da rodovia TO-181, em Sandolândia. Nesta quinta-feira (6), a Polícia Civil realizou uma operação que investiga o possível envolvimento de militares na morte dele. A Polícia Militar informou que os policiais investigados na operação foram afastados de suas funções "para garantir a total transparência e isenção das investigações". São eles: Devany Gomes dos Santos Diego Soares de Amorim Claudio Roberto Nunes Gomes Matheus Coelho Borges da Silva O g1 tenta contato com as defesas deles. O corpo de Jefferson foi encontrado na madrugada do dia 21 de setembro de 2025, com marcas de tiro ao lado de uma moto. Na época, a Polícia Civil informou que, inicialmente, uma equipe foi chamada para verificar um possível acidente de trânsito, mas, no local, verificou evidências de homicídio. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp Abordagem e apreensão de celular Mototaxista Jefferson Lima Borges, de 25 anos, durante abordagem da PM Reprodução Jefferson denunciou dois incidentes de abuso de poder envolvendo policiais militares em Araguaçu. Os casos foram registrados pela promotoria de Justiça Araguaçu no dia 15 de julho de 2025. Os policiais que o mototaxista denunciou ao MPTO não foram alvos da operação desta quinta-feira. O primeiro incidente teria sido durante uma abordagem realizada no final de junho de 2025. Conforme apurado pela TV Anhanguera, Jefferson relatou que foi abordado pela Polícia Militar quando estava em sua moto. Ele afirmou que os militares o trataram com truculência e ameaças, provocando uma discussão. Ao Ministério Público, o mototaxista contou que também foi acusado de ameaçar os policiais e que um dos militares o teria identificado como uma pessoa que estaria sendo procurada. O segundo incidente aconteceu na noite anterior ao depoimento de Jefferson ao Ministério Público. Ele relatou à promotoria que havia chegado de moto em um estabelecimento e novamente foi abordado, mas desta vez pela Força Tática. Na ação, os policiais teriam exigido que o mototaxista desbloqueasse o próprio celular para ver a Identificação Internacional de Equipamento Móvel (IMEI), com o intuito de checar se o aparelho era roubado. Jefferson contou que negou o pedido dos policiais e disse que não tinha obrigação de fazer o que foi solicitado. Jefferson também denunciou ao MPTO que os policiais o questionaram sobre uma pendência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e que teve o celular apreendido, sem que qualquer documento fosse apresentado. Devolução do celular Após a denúncia do mototaxista, a promotoria de Justiça buscou documentos que pudessem justificar a apreensão do celular, mas não foi encontrado qualquer registro. A Polícia Militar de Araguaçu foi chamada pelo MPTO e fez a devolução do aparelho, afirmando que não havia termo de apreensão ou documento relacionado ao fato. LEIA TAMBÉM Mandados de busca são cumpridos em quartéis da PM em investigação sobre morte de jovem em rodovia Corpo de jovem é encontrado com marcas de tiro ao lado de motocicleta na TO-181 Investigação sobre execução A Polícia Civil cumpriu sete mandados de busca e apreensão em três quartéis da Polícia Militar e contra quatro policiais militares nesta quinta-feira (6). Os PMs são investigados por suspeita de envolvimento na morte de Jefferson. Conforme apurado pela TV Anhanguera, as investigações apontam que um dos soldados teria omitido informações quanto à pessoa que encontrou o corpo ao registrar o caso. Ele ainda teria afirmado que não havia ninguém no local onde Jefferson foi localizado. A Polícia Civil identificou que a testemunha ocultada no registro teria visto a chegada de um tenente e de um soldado em uma caminhonete prata. Segundo as investigações, essa informação também foi ocultada no registro do policial militar. Conforme apurado pela investigação, no dia em que o corpo de Jefferson foi encontrado, a testemunha relatou ter visto uma caminhonete, com características idênticas às do veículo dos policiais, trafegando em sentido contrário, instantes antes de encontrar o corpo na rodovia. Trecho da TO-181, próximo de Sandolândia Google Street View/Reprodução Íntegra da nota da Polícia Militar do Tocantins A Polícia Militar do Tocantins (PMTO), em referência à operação deflagrada nesta quinta-feira, 06, pela Secretaria da Segurança Pública e pelo Ministério Público, referente à investigação do homicídio ocorrido em Sandolândia, que acompanhou o cumprimento dos mandados judiciais. PMTO informa ainda que os policiais militares foram afastados de suas funções operacionais como medida para garantir a total transparência e isenção das investigações. A corporação é a maior interessada na elucidação completa dos fatos e reitera que está colaborando integralmente com todas as fases da investigação. A Polícia Militar do Tocantins reitera a confiança em seus integrantes e em sua atuação, pautada pela legalidade e pelo respeito aos direitos humanos. A instituição reafirma seu compromisso com a justiça e a transparência, e trata com o máximo rigor todo e qualquer desvio de conduta, não coadunando com atos contrários aos princípios da corporação. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.