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Maranhão tem a maior taxa de empreendedorismo entre negros do Nordeste, aponta Sebrae

Tradição e ancestralidade: a estética afro como motor de pequenos negócios no Maranhão Divulgação/Sebrae Maranhão O Maranhão é o estado do Nordeste co...

Maranhão tem a maior taxa de empreendedorismo entre negros do Nordeste, aponta Sebrae
Maranhão tem a maior taxa de empreendedorismo entre negros do Nordeste, aponta Sebrae (Foto: Reprodução)

Tradição e ancestralidade: a estética afro como motor de pequenos negócios no Maranhão Divulgação/Sebrae Maranhão O Maranhão é o estado do Nordeste com a maior taxa de empreendedorismo entre negros, de acordo com um levantamento divulgado pelo Sebrae nesta quinta-feira (20). Cerca de 16,5% dos empreendedores do estado são negros e o número, reforça o aumento do protagonismo e empoderamento dentro do setor econômico. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp De acordo com o Sebrae, boa parte desses donos de negócios investem em produtos ou serviços que atuam na valorização da identidade negra, resgatando a própria ancestralidade como forma de empoderamento econômico. No Dia da Consciência Negra, lembrado nesta quinta-feira, o g1 destaca empreendedoras negras maranhenses que se fortalecem a partir de suas próprias raízes. Veja mais abaixo. As empreendedoras maranhenses Neide Baldez e Rosilda Melo possuem negócios que trabalham a estética afro. Ambas as atividades são símbolo de resistência e fortalecem a economia local de forma consistente e sustentável. Neide Baldez é proprietária de uma loja que aposta em produtos como bijuterias, faixas, bolsas e turbantes feitos com estampas exclusivas e tecidos africanos autênticos.Ela conta que o negócio nasceu de um processo pessoal. O autoconhecimento e a afirmação da própria identidade como mulher negra a motivaram a investir em produtos que representassem a beleza das suas raízes, possibilitando a outras pessoas a mesma transformação de autoestima pela qual passou. A empreendedora destaca que o simbolismo dos acessórios afro vai além do aspecto estético, gera uma conexão emocional que ajuda pessoas negras a ocuparem espaços com mais orgulho e autenticidade. “Para muitas clientes, usar um turbante, um brinco ou uma estampa africana é um ato emocional: é se ver bonita, pertencente e respeitada. Eu sempre digo que cada peça carrega cuidado, representatividade e resistência. E quando a cliente veste, ela completa essa narrativa com a própria história dela”, afirmou Baldez. Trabalhando mecha por mecha, Rosilda reforça a beleza natural e a ancestralidade dos cabelos crespos e cacheados. Divulgação/Sebrae Maranhão Assim como Neide, a empreendedora Rosilda Melo também trabalha com o fortalecimento da autoestima de pessoas negras, mas em um segmento diferente: o de beleza capilar. Trancista, Rosilda mantém vivo um estilo que perdura há milênios como representação de memória e resistência. Segundo a empreendedora, muitas mulheres a procuram por não conseguirem enxergar beleza em seus cabelos crespos ou cacheados. Outras passam por transição capilar e buscam se sentirem mais seguras nesse processo. Mas todas carregam um desejo em comum: se sentirem valorizadas na própria identidade. “O que mais me gratifica na minha profissão é trabalhar autoestima. Elevar a autoestima não só de jovens que chegam para fazer tranças, mas de muitas mulheres que não conseguem enxergar a própria beleza e a beleza dos seus cabelos. Ver como elas se olham depois que finalizo uma técnica é muito especial, porque meu trabalho não é só sobre estética. É sobre cuidado, identidade e valorização”, enfatizou Rosilda. Para Reijiane Almeida, coordenadora do programa Plural do Sebrae no Maranhão, os pequenos negócios afro representam uma força estratégica para o desenvolvimento econômico e social do país. Para ela, o empreendedorismo negro movimenta cadeias produtivas completas e, principalmente, reduz desigualdades históricas ao resgatar narrativas que valorizam a ancestralidade africana. “No campo da estética e da identidade, iniciativas como o trabalho de trancistas, designers e criadoras de acessórios afro representam muito mais do que produtos ou serviços. Elas afirmam cultura, pertencimento e protagonismo. São negócios que resgatam narrativas, valorizam a ancestralidade e constroem autoestima, especialmente para a juventude negra”, destacou.