Facções dominam e violência dispara em três cidades do Amazonas, aponta estudo
Presença de facções cresce e chega a 45% das cidades da Amazônia Facções criminosas têm ampliado seu controle e intensificado a violência em Coari, Iran...
Presença de facções cresce e chega a 45% das cidades da Amazônia Facções criminosas têm ampliado seu controle e intensificado a violência em Coari, Iranduba e Tabatinga, no Amazonas. É o que aponta o relatório Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o estudo, a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), do Comando Vermelho (CV) e de grupos locais pressiona moradores, alimenta disputas territoriais e influencia diretamente o avanço de homicídios e crimes nas rotas fluviais da região. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Coari Cidade localizada no médio rio Solimões, registrou taxa média de 60,5 mortes violentas por 100 mil habitantes nos últimos três anos. Em 2024, foram 63 homicídios, aumento de 65% em relação a 2023. Além de disputas entre PCC e Comando Vermelho, a cidade enfrenta pirataria fluvial e a atuação dos chamados “ratos d’água”, que atacam embarcações e comércios flutuantes. “Grupos que operam em escala local têm como principais alvos residências ribeirinhas, embarcações e comércios flutuantes. Sua atuação impõe um regime permanente de insegurança aos ribeirinhos e aos navegantes em geral”, afirma o pesquisador Queiroz de Oliveira. Iranduba O município, que integra a Região Metropolitana de Manaus, registrou taxa trienal de 59,1 mortes violentas por 100 mil habitantes. A cidade registrou 62 vítimas em 2022 e 42 em 2023, mas apresentou forte queda em 2024, com 15 homicídios, redução de 76% em relação a 2022. Segundo o estudo, Iranduba absorve dinâmicas de violência da capital e convive com a atuação do Comando Vermelho, além de crimes ambientais como desmatamento ilegal e queimadas. LEIA TAMBÉM Veja as 20 cidades mais violentas da Amazônia Legal, segundo Fórum de Segurança Pública Estupros crescem na Amazônia, e facções submetem mulheres a normas de comportamento, diz Fórum Brasileiro de Segurança Pública Tabatinga Na tríplice fronteira com Peru e Colômbia, Tabatinga registrou taxa média de 57,6 mortes violentas por 100 mil habitantes entre 2022 e 2024. A cidade é uma das principais portas de entrada de drogas no país pela Rota do Solimões. Tabatinga, no Amazonas, faz fronteira com o Peru Divulgação/Prefeitura de Tabatinga Em 2023, enfrentou uma disputa sangrenta entre facções, mas em 2024 houve redução para 31 homicídios, após a consolidação do Comando Vermelho como grupo dominante. Reportagens já indicaram que a facção estabeleceu parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para ampliar sua atuação na região. Queda geral no estado Atlas da Violência 2025 mostra dados sobre homicídios no Amazonas em 2023 Mesmo com tensão em municípios estratégicos, o Amazonas registrou uma das maiores reduções da região, com queda de 16,6% nas mortes violentas em 2024 em comparação com 2023. O estado passou de taxa de 33,2 para 27,4 mortes por 100 mil habitantes, com 1.173 vítimas, ficando abaixo da média da Amazônia Legal e próximo da taxa nacional. Em 2022, foram 1.531 mortes violentas, com taxa de 36,5 por 100 mil habitantes. “Os cenários estaduais revelam realidades díspares na Amazônia Legal. O aumento expressivo da violência letal ocorreu principalmente devido à disputa de organizações criminosas vinculadas ao narcotráfico”, aponta o estudo. Grupos criminosos aderiram os riospara o escoamento dos entorpecentes Divulgação/PC-AM