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Especialista alerta sobre riscos da obesidade em pets e dá dicas de como manter um peso saudável

Médico veterinário Yan Gabriel Demarchi Arquivo Pessoal Nem sempre aquele pet gordinho e fofo é sinônimo de um pet saudável. A obesidade em cães e gatos ...

Especialista alerta sobre riscos da obesidade em pets e dá dicas de como manter um peso saudável
Especialista alerta sobre riscos da obesidade em pets e dá dicas de como manter um peso saudável (Foto: Reprodução)

Médico veterinário Yan Gabriel Demarchi Arquivo Pessoal Nem sempre aquele pet gordinho e fofo é sinônimo de um pet saudável. A obesidade em cães e gatos é uma doença que pode levá-los a sofrer silenciosamente e até reduzir a expectativa de vida. Ao g1, o médico veterinário Yan Gabriel Demarchi explica que a condição pode causar ou agravar problemas cardíacos, hipertensão, diabetes, doenças ósseas e articulares, como a osteoartrite, além de dificuldades respiratórias e acúmulo de gordura no fígado. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp “Geralmente, os sinais clínicos mais evidentes são cansaço fácil, indisposição para brincadeiras que exigem maior mobilidade, dificuldade para respirar, dificuldade para subir e descer escadas e rampas, andar mais lentamente, perda da definição entre a barriga e o tórax, área que chamamos de flanco e as costelas ficam mais difíceis de serem palpadas devido ao aumento do tecido adiposo (gordura) ao redor”, comenta o veterinário. Ele explica também que o diagnóstico é baseado principalmente na Escala de Condição Corporal (ECC), que vai de 1 a 9: quando o animal está em 1, significa que ele está muito magro; em 9, está muito obeso. O ideal é 5, segundo o médico veterinário. 1 a 3 – Abaixo do peso, com costelas, ossos do quadril e vértebras bem aparentes; 4 a 6 – Peso ideal, com costelas pouco visíveis e que podem ser notadas na palpação; 7 a 9 – Acima do peso, com costelas pouco visíveis e dificuldade de senti-las na palpação. “Além disso, exames sanguíneos de triagem, que incluem hemograma e bioquímicos para avaliar o funcionamento geral dos órgãos, bem como a mensuração de colesterol, triglicérides e glicemia, são indicativos importantes para determinarmos a relação da obesidade com uma dieta desbalanceada ou distúrbios endócrinos associados”, complementa. Clara Toscano Fonte Basso, de 22 anos, convive com dois pets obesos, um gato e uma cachorra. Para ela, o excesso de peso em pets é um problema que pode surgir de múltiplos fatores, incluindo histórico de saúde, hábitos alimentares e estilo de vida dentro de casa. "A Bambolê está em casa desde 2018, mas começou a engordar cerca de quatro anos atrás. A gente adotou ela adulta, então não sabemos onde ela nasceu ou se tinha algum antigo dono. Resgatamos ela atropelada na rua e adotamos. Após o acidente, ela quebrou a bacia, teve várias fraturas complicadas, e passou por um tratamento", diz. Cachorrinha Bambolê pesa 10 quilos e faz uma dieta para amenizar os problemas da obesidade Clara Toscano/Arquivo Pessoal Ela ainda comenta que a cachorra começou a ganhar peso depois que foi diagnosticada com leishmaniose e iniciou o tratamento. "Acredito que não seja a doença que causou o ganho de peso, mas sim maus hábitos, maus costumes dentro da nossa casa e dos nossos familiares", comentou. Clara explicou sobre a experiência com seu gato Félix, de 12 anos, que começou a engordar por volta dos dois anos. Apesar de ter acesso a uma casa cheia de estímulos para felinos, como árvores e brinquedos, e de receber a mesma ração balanceada que os outros gatos da família, ele apresenta dificuldade em manter o peso. Com o avanço da idade, se tornou menos ativo. Gato Félix começou a engordar quando ainda tinha 2 anos, e hoje tem limitações em realizar atividades Clara Toscano/Arquivo Pessoal "Ele não brinca com os outros gatos, não corre nem sobe nas árvores, e se cansa rapidamente quando está brincando. O excesso de peso comprometeu a rotina, que acaba limitando suas atividades como qualquer outro gato e isso influencia negativamente na saúde dele, pois ele está mais suscetível a problemas como infecções urinárias e complicações renais, diferentemente dos outros gatos que mantêm um peso saudável, mesmo eu buscando para ele tratamento e uma qualidade de vida melhor ele não emagrece", relata. Assim como em humanos, a obesidade em pets está relacionada a hábitos que muitas vezes podem ser evitados pelos tutores, como a alimentação inadequada e o excesso de petiscos. “Os tutores frequentemente dão aos animais alimentos humanos com alto valor calórico, como pães, requeijão, presunto, queijo, manteiga, pizza e arroz”, lembra o veterinário. Félix e Bambolê estão fofos, mas enfrentam a obesidade assim como tantos outros animais Clara Toscano/Arquivo Pessoal Yan explica ainda que uma dieta não calculada previamente por um nutrólogo veterinário pode acarretar no ganho de peso. A atenção excessiva do tutor na oferta de alimentos estimula comportamentos indesejados e, consequentemente, o aumento de peso. O local onde o animal vive também interfere na obesidade, como comenta o médico. “Hoje em dia, o espaço reduzido, o fácil acesso à comida e períodos prolongados em solidão podem contribuir para o estresse, levando ao ganho de peso.” A obesidade em animais pode acarretar doenças endócrinas, ortopédicas, cardíacas e até respiratórias Freepik O veterinário lembra que fatores genéticos de algumas raças também podem predispor ao aumento de peso, como pug, bulldog, São Bernardo, Golden Retriever, Labrador e, em gatos, Sphynx, Birmanês, Maine Coon, entre outros. “Tutores de animais dessas raças precisam ter atenção especial à monitorização do peso. A idade do animal também é um fator importante: quanto mais velho, maior a propensão ao sobrepeso, já que a locomoção e o gasto de energia são menores, distúrbios endócrinos são mais comuns e a energia gasta não é a mesma de um animal jovem”, lembra. A obesidade em animais pode reduzir a expectativa de vida dos pets Fabrício Rocha/g1 Ainda segundo o médico, há diferenças entre a obesidade em cães e gatos. Em cães, são mais comuns problemas ósseos, articulares e cardíacos devido ao sobrepeso associado a outros fatores, enquanto em gatos prevalecem alterações hepáticas e diabetes. Yan orienta que, para evitar o ganho de peso, é fundamental “oferecer uma dieta balanceada adequada à idade e à raça, limitar petiscos e preferir opções naturais. Exercícios diários, brinquedos que estimulem o gasto de energia e comedouros que desacelerem a alimentação ajudam no controle de peso”. 📄 Cronograma de emagrecimento Yan explica que busca criar um cronograma para melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes. "Esse cronograma envolve mudanças na alimentação, incluindo a quantidade e a frequência oferecidas. Também é importante organizar na rotina do tutor. Além disso, realizamos o controle glicêmico, bem como da hipercolesterolemia e da hipertrigliceridemia nesses pacientes.", comenta. 🐶 para os cães; caminhada, natação, brincadeiras interativas, subir e descer escadas (com cuidado), fisioterapia e esteira aquática. 😺 para os gatos; disponibilizar brinquedos que estimulem o gasto de energia, sempre respeitando as limitações do pet e de forma gradual O exercício é fundamental, mas não é suficiente sozinho. A combinação de dieta controlada e atividade física é a maneira mais eficaz de tratar a obesidade. "O exercício ajuda a queimar calorias e melhorar a saúde geral, mas a alimentação balanceada é essencial para a perda de peso sustentável e adequada," explica Yan Gabriel Demarchi. Especialista explica os riscos da obesidade em pets e como prevenir *Colaborou sob supervisão de Júlia Martins Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM